Capítulo 1: O Início da Jornada – A Inspiração Divina

Na década de 1930, o Rio de Janeiro, então capital do Brasil, era um cenário vibrante, mas ainda marcado pelas diferenças sociais e pelos reflexos da crise econômica mundial. A cidade contava com uma significativa comunidade portuguesa, profundamente ligada às suas tradições religiosas. Nesse contexto, a chegada do projeto de construir o primeiro Santuário dedicado a Nossa Senhora de Fátima no Brasil localizado no coração pulsante do Rio de Janeiro, foi uma dádiva divina para a comunidade local. Tendo isto em vista o projeto de erigir o primeiro Santuário dedicado à Nossa Senhora de Fátima no Brasil deve-se principalmente ao Padre Ângelo Di Paoli, que em 1934 recebeu de São Luís Orione, um homem profundamente mariano, a missão de ser o responsável pela construção dessa obra. Este chamado religioso não foi apenas um ato de fé, mas também uma grande responsabilidade, que exigiria um longo caminho de sacrifícios e dedicação para se concretizar.

Capítulo 2: Os Primeiros Passos – A Fundação do Projeto

Enquanto o Rio enfrentava o impacto das rápidas mudanças urbanas e sociais, o Padre Ângelo iniciou os trabalhos para a construção do Santuário. A cidade era um caldeirão cultural, com influências europeias enriquecendo sua paisagem religiosa. A fé dos devotos de Nossa Senhora servia como âncora diante das adversidades, e a colaboração com Dom Sebastião Leme e São Luís Orione consolidava o apoio espiritual necessário para a concretização do projeto. Em 3 de maio de 1935, Padre Ângelo deu o primeiro passo significativo na concretização do sonho com a criação do livro de contabilidade, onde as doações para o Santuário começaram a ser registradas. Era o início de uma jornada desafiadora, marcada por dificuldades financeiras e obstáculos imprevistos, como a busca pelo terreno adequado para a construção.

Capítulo 3: Superando Desafios – O Encontro com a Mãe de Fátima

Em 1938, a aquisição do terreno representou uma conquista em meio a um Rio que começava a modernizar sua infraestrutura. Durante este processo, Padre Ângelo encontrou apoio na intercessão de Nossa Senhora de Fátima. Ele buscou auxílio até mesmo junto ao Bispo de Leiria, enviando-lhe uma carta com o pedido de orações. Essa conexão com o local das aparições e com a figura de Lúcia de Fátima foi de grande importância espiritual. Com esse apoio, o terreno foi finalmente encontrado e adquirido em 1938, um marco que significou uma vitória sobre as dificuldades enfrentadas até então.

Capítulo 4: O Nascimento da Capelinha – A Primeira Missa e a Bênção da Imagem

No final da década de 1930, o Rio já era palco de uma convivência intensa entre tradições e modernidade. Em 1939, no ano seguinte à aquisição do terreno, a primeira capelinha foi construída, tornando-se o embrião do que viria a ser o Santuário de Nossa Senhora de Fátima no Brasil. No vigésimo segundo aniversário da última aparição de Nossa Senhora na Cova da Iria, em 13 de outubro de 1939, o Padre Ângelo celebrou a primeira Santa Missa na capela provisória. Aquele momento foi de profunda emoção e alegria, uma verdadeira consagração do espaço sagrado. Em 10 de dezembro do mesmo ano, o Núncio Apostólico, Dom Beni Aloísio Mazela, abençoou a imagem da Virgem de Fátima, trazendo consigo o sinal de que a bondade de Deus estava mais próxima de seu povo, especialmente em um Rio de Janeiro ainda turbulento, com um forte apelo à oração e à conversão.

Capítulo 5: A Fundação da Confraria e a Pedra Fundamental

Na década de 1940, o Rio continuava a abrigar uma crescente diversidade cultural, mas a presença portuguesa permanecia marcante. Com isto no início de dezembro, foi criada a confraria de Nossa Senhora de Fátima, dando início a uma nova fase de devoção e organização no local. Já no mês de junho do mesmo ano, a pedra fundamental foi solenemente colocada, em uma celebração litúrgica presidida pelo Cardeal Dom Sebastião Leme. A presença de autoridades consulares, do Embaixador de Portugal, Dr. Martinho Nobre de Melo, e de uma grande representação da colônia portuguesa, refletia o forte laço entre a obra e a cultura portuguesa que ajudou a moldar o Rio de Janeiro. A multidão presente naquela solenidade demonstrava a esperança e a fé da comunidade local.

Capítulo 6: A Espiritualidade e a Publicação do Boletim “Fátima Brasileira”

Em outubro de 1940, teve início a publicação do Boletim “Fátima Brasileira”, uma importante ferramenta de divulgação da espiritualidade mariana, inspirada pelas aparições de Nossa Senhora de Fátima em Leiria, Portugal. Esse boletim não apenas compartilhou a devoção à Virgem Maria, mas também arrecadou fundos essenciais para a continuidade das obras do templo, que aos poucos tomava forma no centro do Rio de Janeiro. A publicação se tornou um elo vital entre o Santuário e os fiéis, fortalecendo a espiritualidade e o compromisso da comunidade com o projeto.

Capítulo 7: O Santuário no Cenário Religioso – Evolução e Consolidação

Com o passar dos anos, o Santuário de Nossa Senhora de Fátima nunca deixou de atender às necessidades espirituais dos devotos. Ao longo do tempo, a região do Centro do Rio de Janeiro, onde o Santuário está localizado, passou por diversas transformações, mas o Santuário permaneceu um ponto de fé e acolhimento para aqueles que buscavam conforto e orientação espiritual. O Rio de Janeiro, que antes abrigava principalmente imigrantes europeus, especialmente portugueses e italianos, viu sua população se diversificar, com brasileiros de diversas origens.

Capítulo 8: A Elevação à Igreja Matriz – A Consolidação da Paróquia

Em 9 de setembro de 1960, o Santuário de Nossa Senhora de Fátima foi elevado à condição de Igreja Matriz, tornando-se a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima do Centro do Rio de Janeiro. Esta elevação consolidou a importância do Santuário como um centro de evangelização e espiritualidade na cidade, e foi mais um marco na sua história.

Capítulo 9: O Legado de Oitenta Anos – Celebrando 80 Anos de Evangelização

Em 2019, o Santuário comemorou 80 anos de existência, celebrando sua trajetória de fé e devoção. A obra de evangelização, que sempre teve Nossa Senhora à frente, nos apontando para seu Filho, Jesus Cristo, continua viva e forte. O Santuário de Nossa Senhora de Fátima se mantém como um farol de esperança, luz e fé para os fiéis, sendo um testemunho do amor e da providência divina ao longo de suas oito décadas de história.